sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Controle seus genes com o pensamento

Cura de doenças com o pensamento
A coisa toda soa como a cena de Star Wars, quando o Mestre Yoda instrui o jovem Luke Skywalker a usar a força para retirar o velho X-Wing do pântano.
Marc Folcher e seus colegas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça desenvolveram um método de regulação genética que usa ondas cerebrais específicas para controlar a conversão de genes em proteínas - a chamada expressão genética.
O sistema, controlado por ondas cerebrais humanas, foi testado e funcionou em culturas de células humanas e em camundongos.
"Pela primeira vez conseguimos captar ondas cerebrais humanas, transferi-las sem fios para uma rede de genes e regular a expressão de um gene dependendo do tipo de pensamento. Ser capaz de controlar a expressão genética através do poder do pensamento é um sonho que estamos perseguindo há mais de uma década," disse o professor Martin Fussenegger.
Fussenegger espera que um implante controlado pelo pensamento possa um dia ajudar a combater doenças neurológicas, como síndrome do encarceramento, dores de cabeça crônicas, dores nas costas e epilepsia, através da detecção de ondas cerebrais específicas em um estágio inicial, usando o pensamento para desencadear e controlar a produção de determinados agentes no momento certo e no local certo do corpo.
Controle seus genes com o pensamento
O implante optogenético, que reage à luz infravermelha, talvez seja o maior avanço de todo o sistema. [Imagem: Marc Folcher et al. - 10.1038/ncomms6392]
Produção de proteínas controlada pelo pensamento
O sistema usa um capacete com sensores para captar ondas cerebrais, como em um eletroencefalograma. As ondas cerebrais são analisadas, gravadas e transmitidas sem fio via Bluetooth para um dispositivo que controla um gerador de campo eletromagnético. Esta bobina fornece uma corrente de indução para o dispositivo principal, o implante que foi testado em culturas de células humanas e em camundongos.
A corrente induzida acende uma luz no implante: um LED integrado emite luz na faixa do infravermelho próximo e ilumina uma câmara de cultura contendo células geneticamente modificadas. Quando a luz infravermelha ilumina as células, elas começam a produzir a proteína desejada.
Controle seus genes com o pensamento
Este diagrama mostra como o implante recebe as ondas cerebrais, interpreta-as e transforma-as em eletricidade para acender o LED e disparar a produção da proteína. [Imagem: Marc Folcher et al. - 10.1038/ncomms6392]

Concentração, meditação e biofeedback
O sistema foi controlado pelos pensamentos de vários voluntários. Durante os testes, os pesquisadores usaram SEAP, uma proteína humana fácil de detectar que se difunde a partir da câmara de cultura do implante na corrente sanguínea do animal de laboratório.
Para regular a quantidade de proteína produzida, os voluntários foram classificados de acordo com três estados mentais: concentração, meditação e biofeedback.
Os voluntários em concentração - eles se concentravam jogando Minecraft - induziram a produção de valores médios de SEAP na corrente sanguínea dos camundongos. Aqueles completamente relaxados - em meditação - induziram valores SEAP muito elevados nos animais de laboratório.
Para o biofeedback, os voluntários observavam o LED do implante no corpo do camundongo e então conseguiam conscientemente ligar e desligar a luz do LED, o que gerou a produção de quantidades variáveis de SEAP na circulação sanguínea dos animais, de acordo com a vontade de cada um.
"Controlar genes dessa forma é algo completamente novo e é único em sua simplicidade," explicou Fussenegger.
Implante optogenético
O implante optogenético, que reage à luz infravermelha, talvez seja o maior avanço de todo o sistema, uma vez que o controle de equipamentos pelas ondas cerebrais tem sido demonstrado em uma variedade de situações, e acender um LED está entre as mais simples delas.
No implante, a luz incide sobre uma proteína geneticamente modificada para se tornar sensível à luz, controlando a produção de SEAP no interior das células dos animais.
A luz na faixa do infravermelho próximo foi usada porque esse comprimento de onda geralmente não é prejudicial às células humanas, pode penetrar profundamente no tecido e permite que o funcionamento do implante seja monitorado visualmente.
Fonte: Site Inovação Técnologica
Bibliografia:

Mind-controlled transgene expression by a wireless-powered optogenetic designer cell implant.
Marc Folcher, Sabine Oesterle, Katharina Zwicky, Thushara Thekkottil, Julie Heymoz, Muriel Hohmann, Matthias Christen, Marie Daoud El-Baba, Peter Buchmann, Martin Fussenegger
Nature Communications
Vol.: 5, Article number: 5392
DOI: 10.1038/ncomms6392

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pele eletrônica monitora coração e hidratação

Esta é a primeira versão de uma "pele eletrônica" que promete acompanhar segundo a segundo a saúde de pessoas sujeitas a problemas cardíacos.
Mas o material também poderá ajudar quem está simplesmente querendo cuidar da saúde da sua pele.

A pele eletrônica é uma espécie de emplastro com adesivo, dotado de milhares de células de cristal líquido que funcionam como sensores.

Pele eletrônica
Temperatura da pele
O material usa alterações sutis da temperatura da pele para determinar o fluxo sanguíneo, o que tem relevância direta para a saúde cardiovascular e para os níveis de hidratação da pele - quando a pele fica desidratada, sua condutividade termal se altera.
Com cerca de 5 centímetros quadrados, ele é colado diretamente sobre a pele, passando a monitorar a saúde 24 horas por dia, sete dias por semana.
Quando algo começa a dar errado - uma variação anormal do ritmo cardíaco, por exemplo - a pele eletrônica simplesmente muda de cor, alertando a pessoa para que ela interrompa alguma atividade excessiva que esteja fazendo, ou tome outras providências, como se dirigir a um posto de saúde.
O material também pode ser usado para monitorar condições de menor risco, como aspectos cosméticos da pele.
"Nosso dispositivo é mecanicamente invisível - ele é ultrafino e confortável - muito parecido com a própria pele," disse o professor Yonggang Huang, da Universidade Northwestern (EUA), um dos criadores da tecnologia.
Cristal líquido
Quando os sensores de cristal líquido - são mais de 3.600 deles em 5 centímetros quadrados - detectam uma alteração de temperatura, eles mudam de cor, indicando à pessoa que algo está errado.
Os testes iniciais deram resultados promissores, mas a equipe ainda não tem previsão de quando sua pele eletrônica começará a ser comercializada.
Fonte: Diário da Saúde

domingo, 24 de agosto de 2014

Exoesqueleto dá força sobre-humana a trabalhadores

Operário biomecatrônico
Os trabalhadores que vão construir um dos maiores navios do mundo vão contar com a ajuda de exoesqueletos robóticos que os permitirão carregar peças de até 100 quilogramas (kg) como se elas não pesassem nada.
O exoesqueleto se encaixa em qualquer pessoa entre 1,60 e 1,85 metro de altura.
Os trabalhadores não sentem o peso da armação de 28 kg de fibra de carbono, ligas de alumínio e aço, uma vez que a estrutura se autossustenta e foi projetada para seguir os movimentos do trabalhador por meio de sensores.
As baterias dão ao exoesqueleto uma autonomia de 3 horas.
Quadros especiais projetados para tarefas específicas podem ser anexados à mochila, algumas passando sobre a cabeça ou os ombros do trabalhador, como no caso do pequeno guindaste mostrado na imagem.
Além de aumentar a capacidade de elevação de carga, o traje robótico ajuda os trabalhadores a manipular componentes pesados com precisão, já que as manobras são feitas como se eles estivessem manuseando um objeto virtualmente sem peso.
Exoesqueleto dá força sobre-humana a trabalhadores
Super Operário
No estaleiro, que está sendo montado na Coreia do Sul, alguns trabalhadores já podem ser vistos vestidos com a roupa robótica, que está em fase final de testes, conduzidos pela Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering.
A empresa, um dos maiores construtores navais do mundo, afirma querer dar um salto tecnológico na sua linha de produção dando uma "força sobre-humana" aos seus trabalhadores.
A equipe está trabalhando para melhorar os protótipos para que eles possam entrar em uso regular no estaleiro, onde robôs industriais já executam uma grande parte de um sistema de montagem que é extremamente complexo.
Gilwhoan Chu, engenheiro-chefe do projeto, afirma que o teste piloto mostrou que o exoesqueleto de fato ajuda os trabalhadores a executar suas tarefas - o protótipo só podia levantar 30 kg.
Fonte: Site Inovação Técnologica

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Primeiro implante de uma prótese robótica controlada pelo pensamento

Primeiro implante de uma prótese robótica controlada pelo pensamento
Os impulsos elétricos que vêm pelos nervos do paciente serão capturados
por uma interface neural que os enviará através do implante de titânio,
tornando o equipamento uma prótese biônica verdadeira.



Muitos cérebros
Já está agendada a primeira cirurgia para implantar em um paciente um braço robótico controlado pelo pensamento.
O implante será feito até Janeiro na Universidade de Chalmers, na Suécia, pelo grupo do Dr. Max Ortiz Catalan.
A cirurgia será um marco longamente esperado de uma área tipicamente multidisciplinar que, além dos cirurgiões, reúne neurologistas, roboticistas, engenheiros de diversas especialidades, programadores de computador e matemáticos.
"Nossa tecnologia ajudará os amputados a controlar um membro artificial de forma muito parecida com o que eles faziam com sua mão ou braço naturais, usando os próprios nervos e músculos remanescentes," disse Catalan.
Prótese com controle neural
Desde os anos 1960 existem próteses controladas pelos impulsos elétricos dos músculos, mas a tecnologia de controle parece não ter progredido desde então.
Isto fez com que recentemente uma associação médica europeia lançou um manifesto afirmando que era inaceitável a qualidade atual das chamadas próteses robóticas:
O problema é que existem mãos e braços robóticos muito precisos e avançados, mas é muito difícil controlá-los, o que impede que elas virem próteses de fato e cheguem aos pacientes.
Por isso foi preciso esperar tanto tempo até que fosse possível receber diretamente os impulsos do cérebro.
Biomecatrônica
"Nós desenvolvemos uma nova interface bidirecional com o corpo humano, juntamente com um sistema de controle intuitivo e natural," disse Catalan.
Outra exigência para um funcionamento mais suave das próteses robóticas foi a osseointegração - em vez de ser conectada ao braço por um soquete, a prótese será ligada diretamente aos ossos do paciente por meio de um implante de titânio.
"A osseointegração é vital para o nosso sucesso. Nós agora estamos usando a tecnologia para conseguir um acesso permanente aos eletrodos que serão ligados diretamente aos nervos e músculos," explicou o pesquisador.
Atualmente, os eletrodos que captam os sinais elétricos são postos sobre a pele, o que altera os sinais conforme a pele se move ou o usuário transpira. O resultado é tão ruim que 50% dos pacientes que experimentam as atuais próteses robóticas desistem de usá-las.
Primeiro implante de uma prótese robótica controlada pelo pensamento
O Dr. Max Ortiz Catalan sonha com o dia em que suas próteses biomecatrônicas poderão sair dos laboratórios e se tornar acessíveis a todos os amputados. [Imagem: Oscar Mattsson]
Prótese biônica
Neste experimento pioneiro, os pesquisadores vão implantar os eletrodos diretamente nos nervos e nos músculos remanescentes.
Os impulsos elétricos que vêm pelos nervos do paciente serão capturados por uma interface neural que os enviará através do implante de titânio.
O circuito eletrônico da prótese usará sofisticados algoritmos para interpretar os sinais neurais e transformá-los em comandos para o braço robótico.
Como os eletrodos estarão mais próximos da fonte e o corpo funcionará como proteção, os sinais bioelétricos deverão ser mais estáveis, permitindo que a prótese robótica atende melhor aos comandos.
Isto torna o equipamento verdadeiramente uma prótese biônica.
Linha de chegada
"Testando o método em poucos pacientes, poderemos mostrar que a tecnologia funciona e então espero obter mais subsídios para continuar os estudos clínicos e desenvolver mais a tecnologia. Esta tecnologia poderá, então, tornar-se uma realidade para muitas pessoas.
"Queremos sair do laboratório e nos tornarmos parte da vida diária dos pacientes. Se o primeiras operações neste inverno [europeu] forem bem-sucedidas, seremos o primeiro grupo de pesquisa no mundo a tornar as 'próteses controladas pelo pensamento' uma realidade para os pacientes usarem em suas atividades diárias, e não somente dentro dos laboratórios de pesquisa," concluiu Catalan.
Fonte: Site Inovação Tecnológica

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Parafusos de cerâmica superam parafusos de aço

Soluções cerâmicas
Os parafusos de cerâmica têm potencial para serem os preferidos em uma ampla variedade de usos, dos implantes médicos à indústria.
Um das vantagens é que a cerâmica pode suportar temperaturas acima de 1.000 graus Celsius, enquanto seus similares metálicos vão amolecer a cerca de 500 graus Celsius.
Os fornos industriais, por exemplo, são quase inteiramente feitos de peças de cerâmica por causa das altas temperaturas - exceto os parafusos.
"Como é o material mais fraco que limita a aplicação, a temperatura não pode ser mais alta do que os parafusos podem tolerar. Com parafusos de cerâmica, poderíamos finalmente dar um salto tecnológico rumo a soluções totalmente cerâmicas," explica o Dr. Christof Koplin, do Instituto Fraunhofer de Mecânica dos Materiais, na Alemanha.
O problema é que, até agora, a indústria tem sido cética com os parafusos de cerâmica por uma razão muito compreensível: cerâmicas são notoriamente quebradiças.
Embora algumas cerâmicas tenham uma capacidade de suporte de carga próxima à do aço, tão logo o material é processado na forma de parafuso calcula-se que apenas cerca de 10 a 20 por cento da resistência original seja mantida.
Parafusos de cerâmica superam parafusos de aço
Os engenheiros alemães desenvolveram um sistema que permite avaliar com precisão a capacidade de carga dos parafusos de cerâmica. [Imagem: Fraunhofer IWM]

Soluções cerâmicas
Os parafusos de cerâmica têm potencial para serem os preferidos em uma ampla variedade de usos, dos implantes médicos à indústria.
Um das vantagens é que a cerâmica pode suportar temperaturas acima de 1.000 graus Celsius, enquanto seus similares metálicos vão amolecer a cerca de 500 graus Celsius.
Os fornos industriais, por exemplo, são quase inteiramente feitos de peças de cerâmica por causa das altas temperaturas - exceto os parafusos.
"Como é o material mais fraco que limita a aplicação, a temperatura não pode ser mais alta do que os parafusos podem tolerar. Com parafusos de cerâmica, poderíamos finalmente dar um salto tecnológico rumo a soluções totalmente cerâmicas," explica o Dr. Christof Koplin, do Instituto Fraunhofer de Mecânica dos Materiais, na Alemanha.
O problema é que, até agora, a indústria tem sido cética com os parafusos de cerâmica por uma razão muito compreensível: cerâmicas são notoriamente quebradiças.
Embora algumas cerâmicas tenham uma capacidade de suporte de carga próxima à do aço, tão logo o material é processado na forma de parafuso calcula-se que apenas cerca de 10 a 20 por cento da resistência original seja mantida.
Parafusos pequenos
A equipe do Dr. Koplin agora deu um passo importante para solucionar essas deficiências.
Eles otimizaram o processo de fabricação de modo que não ocorram trincas na peça em nenhum dos vários passos do processo de fabricação do parafuso de cerâmica.
A composição da cerâmica é o fator decisivo - se os minúsculos grãos que compõem a substância se ligam incorretamente durante a fabricação, pequenas fissuras podem se desenvolver, fazendo o parafuso quebrar a uma carga menor do que a prevista.
"Fomos capazes de reduzir significativamente a faixa da curva de distribuição [dos grânulos] e, assim, aumentar a resistência ao estresse dos parafusos," disse Koplin.
Os resultados mostraram que capacidade de carga dos parafusos de cerâmica supera a capacidade dos parafusos de aço entre 30 e 35 por cento.
"Este é um grande avanço," disse Koplin. "Isso já seria o suficiente para muitas aplicações se o parafuso fosse um pouco maior."
Segundo ele, a melhoria que falta, e que permitirá a fabricação de parafusos de medidas maiores, poderá ser obtida na última etapa do processo de fabricação, na qual os parafusos recebem a rosca, o que poderá ser feito através de moldagem por injeção ou por desbaste.
Fonte: Site Inovação Tecnológica - 27/05/2014


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Animais voltam a andar com a ajuda de próteses

Tem quem ache que esse tipo de auxílio é só para seres humanos e que “é melhor deixar a natureza agir”, mas estes bichos mostram que com a ajuda da tecnologia e de gente criativa, animais vítimas de acidentes conseguem sobreviver e ainda recuperar parte dos movimentos. É o caso da elefanta Motala, que, com quase 40 anos de idade, perdeu uma pata ao pisar em uma mina terrestre.
Foto: Vicente Carvalho
Apesar “rodinhas” em cachorros já serem mais comuns, nas imagens abaixo você confere que tartarugas, golfinhos, gatos e até um porquinho também podem ter uma segunda chance com as próteses.
O golfinho Fuji perdeu 75 por cento de sua cauda por conta de uma doença em 2002, mas voltou a nadar com a ajuda de uma cauda artificial.
Foto: Vicente Carvalho
Oscar foi além das rodinhas: depois de ter as patas traseiras decepadas por uma máquina de colheita, o gato de dois anos agora se locomove com a ajuda de duas próteses.
Foto: Vicente Carvalho
Yu, uma tartaruga fêmea de 25 anos, enroscou-se em uma rede de pesca anos atrás e suas patas dianteiras foram trituradas por um tubarão. Agora ela ganhou a ajuda nadadeiras para voltar ao mar.
Foto: Vicente Carvalho
O porquinho Chris Bacon nasceu com as patas traseiras atrofiadas, mas um veterinário na Flórida (EUA) devolveu sua mobilidade com uma cadeira de rodas adaptada.
Foto: Vicente Carvalho
A tartaruga Tzvika foi atropelada por um cortador de grama mas recuperou os movimentos (e ganhou velocidade)  com a ajuda de rodinhas.
Foto: Vicente Carvalho

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Brasil tem "epidemia"de fraturas em idosos

Leia em http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/05/1448371-brasil-tem-epidemia-de-fraturas-em-idosos-dizem-especialistas.shtml




quarta-feira, 30 de abril de 2014

Começa por Curitiba monitoramento de próteses implantadas

A Anvisa e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba lançam nesta quarta-feira (23/4), em Curitiba (PR), o Registro Nacional de Artroplastia (RNA). A iniciativa vai permitir a criação de uma base de dados que reúna informações sobre os pacientes, procedimentos médicos e implantes utilizados nos serviços hospitalares.

O objetivo é permitir avaliar a qualidade dos implantes e fazer a sua rastreabilidade, reduzindo os riscos para o paciente e antecipando ações de correção em implantes de baixo desempenho. Nesta primeira fase serão monitoradas as próteses de quadril e joelho. O RNA é o primeiro módulo do Registro Nacional de Implantes (RNI) que além das próteses de quadril e joelho, inclui também os stents, marca-passo, implantes mamários e cocleares (implante auditivo).

A etapa do projeto em Curitiba prevê a avaliação de uso do sistema em 15 hospitais de diferentes perfis, o que vai ajudar a identificar adaptações que deverão ser feitas antes que o seu uso seja expandido para todo o país. Até o momento o sistema informatizado foi implantado somente de forma isolada no Hospital Cristo Redentor/GHC (RS), onde 100% das artroplastias de quadril e joelho estão cadastradas. A experiência na capital paranaense  servirá de base também para extensão do sistema para os mais de 190 hospitais da Rede Sentinela em todo o país.

Esta primeira etapa é resultado da parceria entre a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Universidade Federal de Santa Catarina e Anvisa.
Porque registrar os procedimentos cirúrgicos?
O registro dos procedimentos de implantação de prótese tem sido adotado em todo o mundo para avaliar o desempenho das técnicas de implantação e da qualidade dos dispositivos médicos e antecipar problemas. Isso porque vários fatores de risco estão relacionados aos implantes, como a técnica médica utilizada, a qualidade dos materiais, o monitoramento do paciente, entre outros.

O primeiro país a adotar este tipo de sistema foi a Suécia que em 20 anos viu a taxa de cirurgias de revisão cair de 18% para 6,4%, enquanto países sem um sistema semelhante permaneceram com suas taxas inalteradas.
Como funciona o sistema de Registro Nacional de Implantes
O Registro Nacional de Implantes (RNA) será um instrumento em plataforma via web que possibilitará o acesso de qualquer lugar via internet. O sistema foi desenvolvido pelo setor de Informática do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, escolhida por sua experiência em sistemas de TI,  após mapeamento realizado pela Anvisa para identificação de centros tecnológicos com capacidade de produção.

Em sua fase piloto, o RNA Web é destinado ao registro de informações pré e pós cirúrgicas em implantes de quadril e joelho. O sistema terá campos para inserção de informações cadastrais e clínicas do paciente, além de informações sobre os implantes a serem utilizados no ato cirúrgico. O sistema receberá dados da instituição implantadora, do paciente e procedimento cirúrgico de implantação.

Concluído, este piloto a Anvisa e demais membros do grupo de trabalho terão subsídios para constituir um sistema de RNA para todos os serviços de ortoprótese do Brasil. Mais do que isso, terão subsídios para as bases de uma arquitetura informacional que poderá ser aplicada a outros produtos para saúde.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Anvisa

terça-feira, 22 de abril de 2014

Circuitos integrados flexíveis são implantados em cobaias

A busca pelo desenvolvimento de próteses inteligentes, controladas pelo pensamento, e implantes biônicos, como as retinas artificiais, está dando um impulso inédito ao campo da bioeletrônica.
Há poucos dias, uma equipe francesa conseguiu substituir os inertes eletrodos por transistores orgânicos, o que permitirá um novo nível de qualidade e precisão na leitura dos sinais neurais.
Circuitos integrados flexíveis são implantados em cobaias
"Este trabalho fornece uma plataforma ideal para criar um sistema de retina artificial e outros dispositivos biomédicos." 
Agora, pesquisadores de Cingapura fizeram o trabalho completo, desenvolvendo e testando com sucesso em animais um circuito eletrônico flexível completo.
O implante contém um circuito integrado em larga escala (LSI), com todo o aparato para a comunicação biomédica sem fios, voltada para o monitoramento da saúde ou para a transmissão de sinais neurais.
Segundo o professor Keon Jae Lee, do instituto KAIST, o implante está pronto para testes em retinas artificiais - o primeiro olho biônico, por exemplo, cujos testes estão em andamento, poderá se tornar muito mais flexível e preciso com o auxílio desta nova tecnologia.
A mesma equipe já havia desenvolvido LEDs implantáveis que funcionam como sensor de doenças e nanogeradores biocompatíveis, que prometem eliminar as baterias dos implantes médicos.

Fino e flexível
Os circuitos integrados de radiofrequência foram fabricados com milhares de nanotransistores sobre uma pastilha de silício, usando o processo CMOS tradicional.
Para tornar o circuito flexível, o substrato de silício foi removido quimicamente, deixando apenas a camada ativa, com cerca de 100 nanômetros de espessura.
Essa técnica abre a possibilidade de usar o circuito flexível também em aplicações tradicionais, não biomédicas.
O circuito foi então encapsulado em um polímero biocompatível e aplicado em ratos vivos para demonstrar a capacidade de funcionamento estável do implante na curvatura do olho.
"Este trabalho fornece uma plataforma ideal para criar um sistema de retina artificial e outros dispositivos biomédicos. Mas também representa uma tecnologia com forte potencial para produzir aparelhos eletrônicos de consumo totalmente flexíveis, como processadores para telefones celulares, memórias de alta capacidade e sistemas de comunicação sem fios," disse o professor Lee.

Bibliografia:In vivo Flexible RFICs Monolithically Encapsulated with LCPGeon-Tae Hwang, Donggu Im, Sung Eun Lee, Jooseok Lee, Min Koo, So Young Park, Seungjun Kim, Kyounghoon Yang, Sung June Kim, Kwyro Lee, Keon Jae LeeACS NanoVol.: Article ASAPDOI: 10.1021/nn401246y

domingo, 6 de abril de 2014

Tecido vivo e vascularizado é fabricado em laboratório

Imprimindo vida
Imprimir tecidos vivos já é uma experiência rotineira em muitos laboratórios ao redor do mundo.
Tecido vivo vascularizado é impresso pela primeira vez

Contudo, para criar tecidos vivos funcionais - de um tipo que possa ser usado em enxertos ou transplantes, por exemplo - é necessário criar também a vascularização desses tecidos.
Em outras palavras, é necessário imprimir os vasos sanguíneos que vão levar nutrientes e retirar os rejeitos, para que as células se mantenham vivas e saudáveis.
Esse passo crucial acaba de ser dado por uma equipe da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O sistema de bioimpressão depositou múltiplos tipos de células e construiu minúsculos vasos sanguíneos em seu interior, criando um tecido similar aos tecidos humanos.
A aplicação imediata da técnica será na criação de estruturas para o teste de medicamentos, em substituição ao uso de animais de laboratório, que não reproduzem adequadamente a interação entre os fármacos e o corpo humano.
A técnica também representa um passo inicial rumo à construção de tecidos artificiais que possam ser usados em cirurgias.
Tecido vivo vascularizado é impresso pela primeira vez
Bioimpressão
As técnicas de impressão 3D já vêm sendo usadas para imprimir tecidos vivos há algum tempo, usando "biotintas", isto é, "tintas" compostas por células vivas em solução.
Os problemas começam quando se tenta imprimir várias camadas de células. As células que ficam embaixo morrem por falta de oxigênio e nutrientes, além de não terem como se livrar do dióxido de carbono e outros detritos.
Para superar esse desafio, David Kolesky e seus colegas desenvolveram várias biotintas. Uma biotinta contém a matriz extracelular, o material biológico que tece as células em tecidos, enquanto outra contém as células vivas propriamente ditas - cada tipo de célula forma sua própria biotinta.
Para criar os vasos sanguíneos, eles desenvolveram uma outra biotinta com uma propriedade incomum: ela derrete quando esfria, e não quando é aquecida, como ocorre normalmente.
Isto permitiu primeiro imprimir uma rede interligada de filamentos e, em seguida, fundi-los esfriando o material e aspirando o líquido para criar uma rede de tubos ocos - os vasos sanguíneos artificiais, por onde os nutrientes podem ser enviados ao tecido artificial.
"A capacidade de construir redes vasculares funcionais em tecidos 3D não só permite produzir tecidos mais espessos, mas também abre a possibilidade de ligar cirurgicamente estas redes à vasculatura natural, para promover a perfusão imediata do tecido implantado, o que deve aumentar consideravelmente sua capacidade de enxertia e sobrevivência," disse o professor Don Ingber, coordenador da equipe.
Fonte: Site Inovação Tecnológica

domingo, 23 de março de 2014

Google trabalha em lentes de contato inteligentes que medem glicose de diabéticos

O Google anunciou n que está trabalhando em lentes de contato inteligentes com chips, sensores e antenas. Não é um Google Glass que você pode colocar no seu olho, mas é bem interessante: as lentes ajudarão pessoas com diabetes a monitorarem regularmente o nível de glicose.

lentes-contato-google-diabetes

Pessoas com diabetes devem verificar constantemente o nível de glicose no sangue para evitar complicações futuras, como insuficiência renal, ataque cardíaco ou problemas na visão, por exemplo. Para fazer isso, elas precisam espetar o dedo com uma agulha várias vezes ao dia. Não é a coisa mais agradável do mundo, então muitos fazem a verificação com menos frequência do que deveriam.
Então, o Google revelou que está testando lentes de contato com um minúsculo sensor de glicose e um chip wireless, localizados entre as duas camadas da lente, que fazem o monitoramento uma vez por segundo com base nas lágrimas. Sem dor! Além disso, o Google está querendo melhorar o protótipo ao adicionar LEDs que acendem automaticamente quando o nível de glicose ficar muito baixo ou muito alto, alertando a pessoa imediatamente.
As lentes de contato vêm do Google X, o laboratório misterioso do Google que já revelou um carro autônomo, os óculos inteligentes e um projeto para prover acesso à internet por balões. Mas talvez você já tenha lido algo sobre elas há algum tempo: é que os cofundadores do projeto, Babak Parviz e Brian Otis, haviam apresentado as lentes para a Microsoft no final de 2011. Este era o vídeo divulgado na época:


Fonte: http://tecnoblog.net/ e http://googleblog.blogspot.com.br/2014/01/introducing-our-smart-contact-lens.html



domingo, 16 de março de 2014

PL 2177/2011 - Tecnologia e Inovação

Brasil poderia economizar 85 bilhões de dólares que hoje são gastos na importação de produtos não fabricados no País justamente por falta de tecnologia

Substitutivo de Sibá Machado ao projeto do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação permite ao pesquisador que seja servidor público trabalhar para a iniciativa privada por até 416 horas ao ano. O Executivo, no entanto, só aceita 260 horas.

Sibá Machado: Brasil gasta 85 bilhões de dólares na importação de produtos não fabricados aqui por falta de tecnologia.
O projeto do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PL 2177/11) já está pronto para ser votado pela comissão especial criada para analisá-lo. A proposta deverá compor o novo marco para o setor científico no País.
O substitutivo ao texto original, do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), foi apresentado em outubro do ano passado pelo relator, deputado Sibá Machado (PT-AC), depois de várias rodadas de discussões com o governo e empresas de pesquisa, privadas e públicas, que participaram de audiências promovidas pela comissão.
Segundo Sibá Machado, a ideia é criar ambientes cooperativos e de geração de produtos inovadores. O caminho encontrado pelo relator passa, por exemplo, pela polêmica flexibilização do regime de dedicação exclusiva de pesquisadores vinculados a entidades públicas. Pela proposta, o pesquisador que for servidor público poderá trabalhar para uma empresa privada por até 416 horas ao ano, o equivalente a cerca de 7 horas semanais.
Esse ponto encontrou resistências no governo, mas Machado afirmou que o diálogo avançou. "De certa forma, está praticamente acertado, só estamos decidindo ainda o banco de horas. O Executivo só aceita 260 horas e nós queremos avançar para 416, que é a média da Europa, Japão, China, Estados Unidos”, destacou.

Biodiversidade

O relator apontou ainda outra questão a ser resolvida: o acesso à biodiversidade. Segundo Machado, o necessário combate à biopirataria não pode impedir o trabalho dos cientistas. "A rigidez é tamanha que hoje um pesquisador que precisa de uma amostra viva para fazer mestrado ou doutorado só consegue a licença para ter acesso a essa amostra quando os cursos já estão se encerrando”, sustentou.
O texto também busca simplificar procedimentos de contratação, de compras e de importações. Machado observa que o objetivo é reduzir o esforço e o risco administrativos associados a projetos de pesquisa.
Atualmente, conforme ressaltou, ao fazer uma aquisição, o pesquisador se submete à mesma legislação de licitação aplicada a gestores como prefeitos e governadores, o que constantemente atrasa o andamento dos trabalhos.

Micro e pequenas empresas

O relator destacou ainda a criação de um mecanismo para incentivar micro e pequenas empresas a investirem em inovação tecnológica. De acordo com ele, não se trata de subsídio para compor o capital da empresa, mas, sim, um investimento na pesquisa.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, acrescentou Sibá Machado, revelam que o Brasil poderia economizar 85 bilhões de dólares que hoje são gastos na importação de produtos não fabricados no País justamente por falta de tecnologia.
Depois de aprovada na comissão especial, a proposta seguirá para votação em Plenário.



Fonte: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=518068

sábado, 1 de março de 2014

Qualidade e a pertinência de órteses, próteses e materiais especiais adquiridos são de difícil avaliação por parte de quem paga ou de quem se beneficia deles

O mercado de planos de saúde padece de um problema econômico clássico: a assimetria de informação entre seus atores. Tal assimetria é origem de diversos conflitos e tem forte impacto na eficiência global dos sistemas de saúde público e privado.

Um dos temas no qual esses efeitos nocivos são observados de forma dramática é a indicação e compra de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs). A informação é assimétrica, pois a qualidade e a pertinência dos bens e serviços de saúde adquiridos são de difícil avaliação por parte de quem paga ou de quem se beneficia deles. Consequentemente, o financiador e o consumidor desses serviços e bens dependem da decisão técnica dos profissionais de saúde, que são os detentores da informação. Ainda que a autonomia do profissional de saúde deva ser preservada, alguns efeitos perversos precisam ser mitigados.

As OPMEs são parte dos custos da saúde e sua relevância têm aumentado ao longo do tempo. Além do alto custo de alguns desses materiais, gestores públicos e privados de saúde apontam discrepâncias de preços entre produtos equivalentes. São também frequentes as inconsistências entre quantidades e marcas indicadas para quadros clínicos similares, assim como existem denúncias de recebimento de “comissões” por profissionais pelo uso de um determinado material. Essas distorções não só reduzem a eficiência do setor como recaem, invariavelmente, nas contas dos gestores públicos de saúde e dos consumidores de planos. Resolver a questão implica em compreender um quadro multifacetado e mobilizar uma agenda coordenada de ações nas áreas pública e privada.

Um primeiro aspecto dessa agenda diz respeito aos problemas de concorrência nas cadeias produtiva e de comercialização das OPMEs. Em uma indústria que produz inovações que precisam ser financiadas, alguns produtos possuem patentes e gozam de monopólio legal por certo período, o que torna esses produtos mais caros. Em contrapartida, não parece haver justificativa econômica razoável para preços na verdade elevados não em função do custo de fábrica, mas devido às altas margens na distribuição e na comercialização. Nesse sentido, ações de defesa da concorrência para reduzir barreiras à competição na distribuição e uma maior transparência dos preços podem trazer significativas reduções de custos.

Em um setor com assimetria de informações entre os agentes, outra ação importante é a busca de maior consenso acerca de aspectos técnicos da indicação clínica das OPMEs. A partir de evidências empíricas é possível fazer avaliações de custo-benefício de tecnologias de saúde. É necessário também determinar e divulgar diretrizes e protocolos clínicos de utilização que tornem mais evidente a real necessidade dos materiais em cada caso. Nesse sentido, o Brasil já conta com valorosa contribuição prestada ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Comitê de Incorporação de Tecnologias (CONITEC), órgão ligado ao Ministério da Saúde que, através de recomendações técnicas, tem trazido maior racionalidade para o uso de tecnologias, incluindo as OPMEs. É fundamental, portanto, fortalecer cada vez mais o CONITEC e dotá-lo de capacidade de produzir mais análises, não só focadas nas necessidades do SUS, mas de todo o setor de saúde brasileiro.

Sem prejuízo da autonomia do profissional de saúde, a sociedade brasileira precisa discutir o que fazer com eventuais casos de corrupção nessa área. Hoje, profissionais eventualmente remunerados pela indústria - diretamente ou através de benefícios - para indicar determinada OPME podem sofrer sanções éticas de seus respectivos conselhos profissionais. Como os sistemas público e privado de saúde dependem da repartição de recursos limitados, gasto desnecessário em um serviço seguramente representará perda de recursos que poderiam salvar vidas e recuperar a saúde das pessoas, o que deixa a pergunta: será uma sanção ética do profissional tudo o que a sociedade considera adequado para casos de abuso?

Por fim, o principal desafio diz respeito aos incentivos econômicos ligados ao modelo de pagamento de hospitais e médicos. Na maioria dos casos, os serviços e insumos são pagos um a um, em um modelo ao qual a literatura internacional se refere como fee-for-service. Tal sistema de remuneração incentiva um maior uso de insumos. A mudança, portanto, para modelos mais “empacotados” de serviço com acompanhamento de seus resultados assistenciais certamente traria uma lógica mais eficiente para o processo. O modelo de diárias globais e pacotes, já utilizado pelo SUS, traria para o setor privado um mais adequado compartilhamento do risco com os prestadores de serviços, gerando maior racionalidade no uso de OPMEs e outros insumos. Associar esse modelo ao uso de incentivos para melhorar a remuneração de profissionais e hospitais de acordo com o valor agregado ao paciente é uma combinação com grande potencial para reduzir o custo geral do sistema e aumentar a qualidade da assistência.

Em julho de 2013, em conjunto com representações dos hospitais e das operadoras de planos de saúde, a ANS iniciou uma série de projetos-pilotos para mudar o modelo de pagamento. Essa é certamente uma mudança estrutural que deve estar na pauta das lideranças do setor interessadas em um modelo de saúde com menos desperdício e mais qualidade.

Evidenciada a complexidade da questão, fica claro: a implementação de uma agenda que traga mais transparência para preços; uma punição mais dura para os casos de abuso de profissionais; mais protocolos, diretrizes e avaliações de tecnologia em saúde e a mudança do modelo de pagamento certamente trarão uma nova perspectiva. Essa perspectiva permitirá que as OPMEs sigam salvando vidas e evitará que custos desnecessários continuem pesando nos bolsos dos contribuintes que sustentam o SUS e dos consumidores de planos de saúde.

Fonte: Por iG São Paulo , por Bruno Sobral * 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Responsabilidade do Fabricante e do Importador

27 de julho de 2013 20:14
 
O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/80) nivelou a responsabilidade do importador à do fabricante nacional quando se tratar de responsabilidade pelo fato do produto ou serviço ou pelo vício do produto ou serviço. O legislador impôs a ambos (fabricante e importador) a responsabilidade, independentemente da existência de culpa. Até aí tudo bem. Todos nós como consumidores queremos ter um instrumento legal que
nos permite reclamar os nossos direitos e que, de certa forma, sirva de filtro para evitar que produtos de baixa qualidade entrem no mercado, uma vez que o fabricante ou o importador responderão por esse fato. Ocorre que nas área mais tecnológicas, como por exemplo a de Produtos para Saúde, essa relação e torna mais complexa quanto mais complexo forem os produtos. Exemplifico: um importador de um Tomógrafo ou de uma Neuroestimulador Implantável não têm acesso nem poderes sobre o projeto em si. Portanto, essa responsabilidade já fica limitada ao nível de acesso que o importador pode ter sobre as informações técnicas do produto. O que acaba acontecendo na prática, é que em muitos casos a ANVISA age como se o importador fosse responsável e culpado, ainda que o problema apresentado pelo produto fique completamente fora das mãos desse importador. Mau funcionamento de softwares é um ótimo exemplo. O fabricante não abre o programa fonte e o importador, por sua vez, não tem acesso a essas informações. Coloco essa questão, não para propor qualquer tipo de isenção, até porque isso já está definido pelo marco legal. A questão aqui é como encaixar esse conceito na complexidade do mundo regulatório e da tecnologia em constante evolução.
Aliás, esse é um problema recorrente no mundo: a tecnologia evolui muito mais rápido do que os legisladores conseguem adequar as leis e as agências reguladoras conseguem atualizar os marcos regulatórios. Fica aqui a provocação para que a ANVISA e o Setor Regulado abram um canal de discussão sobre o tema de forma que a lei seja cumprida, mas que haja um sistema de pesos e contra pesos que permita tratar as diferentes questões de formas diferentes. Se jogarmos todos numa vala comum, as chances de se cometer injustiças são maiores do que os benefícios que poderão ser atingidos com a aplicação automática da lei. Vender uma ressonância magnética, uma prótese implantável ou um material descartável estéril é bem diferente de vender meias, panelas e roupas. A relação é outra.

Fonte: http://saudeweb.com.br